Semana nova...

Mais uma semana começando! As segundas feiras são desafiadoras. Voltar para o ritmo novamente. Este ano, tive uma mudança bem grande profissionalmente. Por 25 anos, fui professora de Língua Portuguesa, e por 18 anos, trabalhei na minha escola do coração, Escola Elisa Tramontina. No início deste ano, depois de quase quatro anos de espera, fui chamada em um concurso que fiz na rede municipal aqui da minha cidade para trabalhar como Orientadora Educacional. Foi uma decisão difícil esta mudança. Sair da zona de conforto, sair da rotina, da minha escola do coração. O que mais pesou foi o fato de que agora eu trabalho menos horas e o salário não baixou. Mas fica o questionamento: Quantas coisas a gente acaba fazendo por dinheiro? Na sociedade em que a gente vive, quantas coisas são movidas pelo dinheiro? Pra nascer precisamos de dinheiro, pra viver, vivemos por dinheiro, e pra morrer a despesa é grande! Bom seria se pudéssemos fazer só o que nos dá prazer e deixa feliz, sem a pressão do dia a dia, da busca por este tal papel, que agora é muito mais virtual do que físico. Seguimos de segunda em segunda-feira, loucos pelo final de semana, ansiosos pelo dia de pagamento, e os dias vão passando, vamos envelhecendo e nem vemos a vida passar. Será esta uma visão pessimista da vida? Quanto ao prazer no trabalho? Sim, estou gostando de ser Orientadora. É desafiador, mas estou aprendendo todos os dias. Fico muito satisfeita quando uma de minhas ações dá certo. E seguem-se os dias, todos os dias, até o dia da aposentadoria. Só espero viver para isso.

Entre linhas e pontos...

Um dos artesanatos que estou retomando e redescobrindo é o ponto cruz. Aprendi a bordar na juventude, bordei peças do meu enxoval, deixei outras inacabadas. Abandonei por muito tempo esta arte, mas nunca deixei de gostar e achar lindo. Ganhei uma coleção de bastidores de herança de uma tia minha que faleceu, mais uma caixa cheia de meadas de linhas para bordar. Mas, hoje em dia, sinto uma dificuldade: meus olhos já não são os mesmos. Preciso de óculos de perto e uma luz forte que me ajude a enxergar os pequenos pontos do tecido. Ainda assim, faço meus pontinhos! Como resultado do primeiro trabalho seguindo minhas antigas revistas, ficou este bastidor pra enfeitar minha parede laranja. Aos poucos, vou preencher todo o espaço com variações de cores e linhas, tudo com muito carinho e afetividade!

Saudades...

Você sabe, filha, da saudade que nós sentimos! Destes anos que não publiquei no blog, tivemos uma perda irreparável. Seu tio Jaques nos deixou aos 41 anos de idade, em março de 2020. Ele teve uma luta difícil durante toda a vida, combatia seus monstros internos, mas era uma pessoa muito amorosa. Também tinha um dedo verde! Sabia cultivar flores como ninguém. Nas suas mãos, tudo germinava, brotava e florescia. Adorava chimarrão, Bob Marley e Belchior (Ele deve estar inconformado comigo por eu ouvir só sertanejo!) Era criativo (lembra do apartamento dele com os móveis feitos de pálete?), caprichoso e cheiroso (usava perfume até no leito do hospital). Sinto muito, mas muito mesmo a saudade dele!Ainda tenho alguns áudios no celular com a voz dele falando comigo. E ele era conectado, adorava Instagram e fotos, temos um álbum enorme dele, não é mesmo? Que saudades! Quero muito que ele esteja bem na outra dimensão e por causa daquele sonho que te contei, sei que ele vai estar lá me esperando quando eu estiver velhinha, com a bolsa no ombro, sendo recebida por ele, com as mão na cintura dizendo "Vamos, Jana!", e me estendendo a mão. Agora, a saudade é uma dorzinha boa e cálida no coração. Quero tê-lo na minha memória pra sempre!

Sempre há tempo...

Desde minha última postagem, já faz alguns anos. Muitas coisas aconteceram neste período, pessoas chegaram e partiram, minha filha Maria Clara cresceu, meu amor pelo artesanato permaneceu, mas mudou de perspectiva. Já não sou mais profe de Português, agora sou orientadora (continuo dentro de escola!) E deixei de publicar no blog. Aliás, os blogs perderam espaço para o Twiter e o Tik-Tok, mas para mim, continuam tendo seu charme. Tem essa cara de diário íntimo. Quando comecei com este projeto, tinha a intenção de guardar memórias para minha filha de coisas das quais eu gosto, principalmente as artes. Também queria registrar a evolução dela, da minha filha, ao longo dos anos. Com o passar do tempo, acabei usando este espaço para guardar vídeos de trabalhos que eu gostaria de fazer um dia, e que acabaram não fazendo mais sentido depois de algum tempo. As coisas se perderam... Mas e por que não voltar a escrever? Por que não retomar este projeto? Em alguns momentos da semana, posso tirar um tempinho e me dedicar a registrar memórias, como havia sido a ideia ispiradora do princípio. Só que agora, preciso retomar algumas memórias de algum tempo atrás. Deixar registrado para minha filha e para todos aqueles que gostam de conhecer histórias de vida. Cada postagem, uma página. Contei ontem pra minha filha que eu tinha um blog adormecido. Ela se surpreendeu. Até encheu os olhos de lágrimas. Tudo começou por ela e pode ser minha memória pra ela. Meus livros preferidos sempre foram do gênero que se aproximasse dos diários. Então, quem sabe, este seja o meu diário para Maria Clara! Por tudo isso, quero hoje recomeçar, contar todos os dias possíveis um pouquinho de mim e fazer de instantes, momentos pra se guardar na memória!